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Publicado em 1912, "Eu" seria o único livro de Augusto dos Anjos. Os 58 poemas aqui reunidos causaram enorme estranhamento no ambiente literário do ini-cio do século XX e permanecem ainda hoje como exemplares de uma poesia bastante insólita. Frutos de uma singular aliança entre tendências literárias e filosóficas do peri-odo, os poemas de Eu são tributários do cientificismo positivista do século xix, do formalismo parnasiano, do misticismo simbolista - vazado pelas doutrinas espirituais do Oriente, que o poeta empresta de Schopenhauer, junto do pessimismo a respeito das coisas humanas - e das ideias do Naturalismo, que reduzem o homem a seus aspectos biológicos e temperamentais. Anti-idealista, corrosiva e impiedosa na consideração dos destinos humanos, a poesia de Augusto dos Anjos, considerada doentia por muitos de seus contemporâneos, sobreviveu ao século XX muito melhor do que a de autores celebérrimos durante a vida do poeta, como Olavo Bilac e Raimundo Correa.
Augusto dos Anjos (Cruz do Espi-rito Santo, PB, 1884 - Leopoldina, MG, 1914) nasceu no Engenho Pau D'Arco, na Parai-ba, Estado onde viveu até os 24 anos. Entre 1903 e 1907 estudou direito na Faculdade de Direito do Recife. Em 1910, transferiu-se para o Rio de Janeiro com sua mulher, grávida de seu primeiro filho, que não sobreviveria. Viveu em condições precárias na cidade, com dificuldades de obter emprego e sustento para si e a fami-lia. Em cerca de três anos, consta ter residido em dez diferentes endereços, em geral hospedado em pensões. Em 1912, o poeta publicou seu único livro, Eu, financiado por seu irmão Odilon. Em 1914 foi morar em Leopoldina, onde obteve o cargo de diretor do Grupo Escolar da cidade em que faleceria, aos trinta anos, na noite de 12 de novembro.