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O romance "O Diabo Mesquinho", de Fiódor Sologub (1863-1927), escrito na passagem do século XIX para o XX, foi traduzido diretamente do russo, numa publicação inédita no Brasil. A obra conta as peripécias de Ardalión Boríssytch Peredónov, um professor do ginásio de uma pequena província russa do fim do século XIX que busca uma esposa para alcançar o sonhado posto de inspetor. Numa série de intrigas e confusões, alimentadas por seus incorrigíveis circunvizinhos, o maldoso Peredónov passa a ser assaltado por estranhas alucinações, como a nedotykomka, que culminam num inexorável processo de loucura. Num enredo paralelo, mas que se mistura às diversas tramas e intrigas, temos o caso de amor da alegre Ludmila e o belo ginasiano Sacha, que conhece com ela as marcas ambíguas dos seus primeiros desejos. Peredónov, expressão máxima de uma sociedade mesquinha e decaída, tornou-se personagem tão marcante na sua época que seu nome passou a ser usado para caracterizar certos comportamentos egoístas e insensíveis, algo como Oblómov, do romance homônimo de Gontcharóv. As situações de "O Diabo Mesquinho", escrito por Sologub durante dez anos (1892-1902), beiram o nonsense e tocam, ao mesmo tempo, em questões cheias de concretude e violência, relacionadas ao poder, à autoridade, ao funcionalismo público etc., sempre permeadas por flechadas irônicas, pessimistas e destituídas de psicologismos. A escrita pessimista de Fiódor Sologub, influenciada tanto pela narrativa de Cervantes ("D.Quixote" era seu livro de cabeceira) e pelo idealismo de Schopenhauer como pelo riso de Gógol e pelas questões de moralidade de Dostoiévski, mostra-nos um mundo no qual não há mais espaço para os ideais de perfeição, amor e beleza.
Finalista do Prêmio Jabuti 2009 na categoria tradução.
Fiódor Sologub (1963-1927) foi um dos nomes mais representativos do simbolismo russo, que floresceu no início do século XX. Às vésperas das revoluções de 1905 e 1917, o momento simbolista, no qual o apuro na linguagem se fez tão presente em construções sapientemente elaboradas como às da escrita de Sologub, preparou o advento de novos caminhos estéticos na arte russa.
Fiódor Sologub, pseudônimo de Fiódor Kuzmitch Tetiérnikov, nasceu no ano de 1863, em São Petersburgo. Perdeu o pai, um alfaiate, aos quatro anos de idade. Sua mãe, severa e religiosa, depois da morte do marido, tornou-se criada na casa dos Agápov, onde o menino Fédia Tetiérnikov e sua irmã mais nova, Olga, passaram a infância e a juventude. Ao concluir o Instituto Técnico de São Petersburgo, ele trabalhou como professor de matemática e depois como inspetor escolar até o ano de 1907.
A obra de Sologub começou a ser publicada em almanaques na década de 1880, mas foi o ano de 1896 que marcou o início de sua carreira, quando três de seus livros foram publicados: "Poemas"; "Sombras: Contos e Versos"; e o romance "Sonhos maus".
A figura estranha e esquiva de Fiódor Sologub tornou-se lendária entre os simbolistas. Muitos escritores e poetas teceram palavras calorosas e exultantes sobre sua obra, como Andrei Biély (1880-1934) e Evguéni Zamiátin (1884-1937), embora invariavelmente descrevessem o autor como um homem de poucas palavras e ausente, sempre com o pincenê, as pernas cruzadas e os olhos entreabertos.
A morte trágica de sua esposa e colaboradora, a ensaísta e escritora Anastácia Nikoláievna Tchebotariévskaia (1876-1921), que se jogou da ponte Tutchkóv ao rio Nevá, marcou os últimos anos do escritor. Sologub continuou a produzir até o ano de 1923 (o ano de sua última publicação).
Teve uma vasta carreira literária. Escreveu romances - como "Sonhos maus", "A lenda criada" e sua mais afamada obra em prosa, "O Diabo Mesquinho", também adaptado ao teatro -, inúmeros poemas, ensaios, contos, contos maravilhosos e peças de teatro. Suas "Obras reunidas" publicadas em Petersburgo pela Editora Sirin (1913-1914) constituem vinte volumes, que foram ainda complementados com seus escritos posteriores.