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Salmo - romance-meditação sobre os quatro flagelos do senhor, de Gorenstein, escritor, dramaturgo e roteirista de Andrei Tarkóvski, sem dúvida é um dos romances mais complexos da literatura mundial. Como já o havia feito Mikhail Bulgákov em Mestre e Margarida, surge na realidade soviética um enviado do céu: este enviado é Dã, o Anticristo, que aparece entre falantes da língua russa.
Percebido pela população como um judeu de fora, um forasteiro, que fora enviado no período da realização dos grandes flagelos divinos (a fome, a espada, a luxúria e a doença) no país, é uma espécie de Fausto russo. Façanha assombrosa e intrigante, seu principal componente é a voz do Altíssimo, na tradição bíblica, que fala através dos profetas. Em Salmo são tratados temas gerais, em especial a questão judaica, mas não só.
As cinco partes do romance se passam entre os anos 1930 e 1970, período de provas terríveis para os russos e ucranianos, durante o qual o Anticristo é testemunha de momentos decisivos da história soviética. Gorenstein (1932-2002) utiliza passagens bíblicas como base de seu enredo, mas o faz a sua maneira: transporta-as diretamente para o século XX - a fome nos anos 1930, a invasão dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, a evacuação, o pós-guerra, a censura stalinista dos anos 1950.
Em seu projeto mais ambicioso, o autor certamente delineia uma polêmica com Dostoiévski ao eleger o Anticristo como seu herói: mas este não surge como inimigo de Cristo, mas como também filho de Deus e seu irmão.
Nascido de uma família judaica na União Soviética, em 1932, Friedrich Gorenstein foi um autor e roteirista que refletiu, em sua obra, o ambiente opressivo do stalinismo e do antissemitismo. Nunca deixou, porém, de expressar a crença em um mundo de coexistência e paz, seja por abordagens religiosas, seja por temas existencialistas que o inserem no meio de Franz Kafka, Albert Camus, Jean Paul Sartre etc. O resultado é uma das produções artísticas mais complexas da literatura, que encontra seu ápice em Salmos.