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Castelo está desempregado, faminto e à beira do desespero quando lê um anúncio incomum: "Precisa-se de um professor de língua javanesa". Sem nunca ter ouvido uma palavra do idioma, ele decide se passar por especialista. Com alguns dias de pesquisa superficial, cria uma persona culta, exótica e convincente, capaz de enganar facilmente os que desejam impressionar com erudição.
O sucesso inesperado dessa farsa revela muito mais do que a esperteza do protagonista: denuncia uma sociedade que valoriza a aparência do saber, mas não sua substância. Neste conto mordaz, Lima Barreto expõe o fascínio da elite por tudo o que parece raro, mesmo que seja vazio, e constrói uma crítica afiada à hipocrisia intelectual, à vaidade social e à exclusão daqueles que não dominam os códigos da falsa respeitabilidade.
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881, no Rio de Janeiro, e faleceu em 1º de novembro de 1922. Filho de João Henriques, tipógrafo, e Amália Augusta, professora, perdeu a mãe aos seis anos, mas contou com o apoio do Visconde de Ouro Preto, seu padrinho, para completar os estudos. Tornou-se um dos maiores cronistas sociais de seu tempo, iniciando sua escrita com registros do cotidiano urbano e consolidando sua carreira com reportagens sobre a demolição do Morro do Castelo. Produziu romances, contos, crônicas e sátiras marcadas por forte crítica social, destacando-se obras como "Clara dos Anjos", "Recordações do escrivão Isaías Caminha" e "Triste fim de Policarpo Quaresma". Mesmo após sua morte, em 1922, deixou um legado literário inovador com títulos como "Os bruzundangas", que satiriza com inteligência e amargura as estruturas políticas e sociais do Brasil.