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Nesta seleção de três crônicas, Lima Barreto oferece uma crítica à estrutura educacional e intelectual do Brasil de sua época, revelando com ironia e lucidez os mecanismos que mantêm a exclusão social sob o disfarce da meritocracia.
Em "Tenho esperança que...", o autor resgata suas memórias escolares para destacar a luta das meninas para entrar na Escola Normal, expondo as barreiras enfrentadas pelas mulheres que desejam estudar. Defende, com firmeza, a ampliação do ensino público para o público feminino e denuncia a negligência do Estado em relação à educação igualitária.
Na segunda crônica, "A instrução pública", Barreto questiona o peso social do título de "doutor", símbolo de prestígio e poder no Brasil, sugerindo que ele serve mais como instrumento de exclusão do que como reconhecimento real de competência.
Por fim, em "Continuo", o autor aprofunda essa crítica à idolatria dos títulos e ao sistema educacional excludente ao focar no papel ideológico dos colégios militares, que segundo ele atuam como ferramentas de manutenção de uma elite autoritária, destoando dos princípios de uma educação democrática e republicana.
Com olhar afiado e ironia certeira, Barreto revela os vícios de um sistema que se apega à aparência e ao prestígio dos títulos, mas esquece o essencial: fazer da educação uma ferramenta de igualdade e mudança.
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881, no Rio de Janeiro, e faleceu em 1º de novembro de 1922. Filho de João Henriques, tipógrafo, e Amália Augusta, professora, perdeu a mãe aos seis anos, mas contou com o apoio do Visconde de Ouro Preto, seu padrinho, para completar os estudos. Tornou-se um dos maiores cronistas sociais de seu tempo, iniciando sua escrita com registros do cotidiano urbano e consolidando sua carreira com reportagens sobre a demolição do Morro do Castelo. Produziu romances, contos, crônicas e sátiras marcadas por forte crítica social, destacando-se obras como "Clara dos Anjos", "Recordações do escrivão Isaías Caminha" e "Triste fim de Policarpo Quaresma". Mesmo após sua morte, em 1922, deixou um legado literário inovador com títulos como "Os bruzundangas", que satiriza com inteligência e amargura as estruturas políticas e sociais do Brasil.