Mãe e filha numa pandemia

Acreditando que todos nós temos uma história para contar, por muito tempo tive o interesse em registrar os momentos de minha família, ao menos para que os novos herdeiros possam tê-la como referência. A ideia ficou por anos apenas no arquivo sentimental.
Foi só com o enclausuramento da pandemia que pudemos dar tempo ao tempo e, para passar a angústia que todos sentimos, criamos o hábito de parar, respirar e, finalmente, de fato, conversar. Eu fui tentando costurar uma colcha de retalhos, tomando coragem para abrir o baú de fotos e pedaços de jornais, que há anos ficaram entregues literalmente às traças.
Espero que cada um leia refletindo sobre a sua própria relação familiar. Afinal, somos todos iguais, e que se anime em registrar a sua também. O tempo passa, a memória fica. É a sua visão sobre os fatos, então, faça, por e para você.

Maria Eduarda Fernandes, Duda, é formada em comunicação pela PUC/RJ e há 30 anos atua em produção de eventos e em assessoria de comunicação para as áreas de cultura e sustentabilidade. A partir da pós-graduação, em cooperação cultural ibero-americana, pela Universidade de Barcelona, vem trabalhando também em projetos de cooperação internacional, fomentando encontros em seu próprio blog de gestão cultural, Rede Latitudes e em debates políticos com jornalistas latinos.
Com o mestrado em Administração Pública da FGV/RJ, pôde atuar na área de comunicação nos eventos de organismos intergovernamentais como a Eco 92 e Rio + 20, tendo participado do Relatório Final e do Caderno de Sustentabilidade, documentos oficiais, das Nações Unidas. Duda trabalhou com a imprensa internacional nos jogos panamericanos e na visita do Papa Francisco ao Brasil. Agora, começa a dar os primeiros passos na escrita pessoal.