Revolução Sexual

Após décadas da chamada "revolução sexual", ainda se fazia necessário um livro, especialmente no Brasil, que abordasse a riqueza de fatos e estudos decorrentes daquele período. Reunindo informações inéditas e dispersas, o autor visa apresentar novas perspectivas, cujas repercussões ressoam até os dias atuais. 1968 não representou o "ano zero" da emancipação do orgasmo: inúmeras outras revoluções haviam ocorrido e continuam a ocorrer ao longo do tempo.
Ao examinar os antecedentes históricos, o fenômeno destaca-se em diversas eras do comportamento humano. Assim como aconteceu em gerações passadas, alterações nos costumes varrem a sociedade atual de forma irrefreável.
Como poderão ler no presente livro, estamos vivendo uma nova era em que a diversidade de gêneros gerou acalorados debates. Hoje o sexo está presente em toda parte e, diante disso, novos desafios se impõem às autoridades sobre como abordá-lo. A centralidade das questões sexuais está na ordem do dia.

Para responder à indagação sobre o início das transformações na moralidade sexual, o texto recorre a fatos históricos: a Grécia Antiga, com a noção de temperança ante a tirania do prazer; a Idade Média, com a atitude inquisitorial da Igreja Católica; e, sobretudo, do século XVIII em diante, quando a medicina passou a interpretar a sexualidade sob a ótica da patologia. No século XIX, os anarquistas levantaram a bandeira do "amor livre". Na segunda década do século XX, eclode a breve e utópica revolução sexual na Rússia. Pensadores como Reich, Kinsey, Marcuse, Masters e Johnson e Foucault, até chegar a Judith Butler, contribuíram significativamente para a causa. Impulsionados pelo feminismo e pelo movimento LGBTQIA+, vivenciamos hoje uma nova revolução sexual.