Relacionalidade e Justiça

A ciência é uma atividade visionária. Quando o percurso da pesquisa é bem fundamentado e os procedimentos são executados com destreza, é um empreendimento que anseia pela caminhada viva da humanidade, com o objetivo de gerar o bem comum.
Um dos desafios para a pesquisa social é a possibilidade de construir uma abordagem cognitiva da realidade, compondo "sinédoques" (Becker, 2008) com níveis razoáveis de lógica e legitimidade, que permitem a criação de afirmações sobre aspectos da realidade multifacetada a partir do patrimônio alcançado, aumentando assim a possibilidade de realizar uma contribuição válida para o caminho da pesquisa e, assim, para o cotidiano da humanidade.
Este estudo tem como finalidade contribuir para dois objetivos principais:
. Reflexão sobre a abordagem do estudo de caso em sua relação entre teoria e pesquisa,
. Interpretação da justiça restaurativa através de alguns conceitos sensibilizadores, tais como dom, bens relacionais, amor social.
Todavia, serendipitivamente, conclui-se com novas aberturas:
. Novas perspectivas e contribuições para a metodologia da ciência;
. A constatação dos nexos entre bens relacionais e desempenho institucional: políticas públicas e revisão de códigos e sistemas, rumo a uma democracia convivial;
. A tomada de ciência da relacionalidade, dom e amor social, como constitutivos da natureza profunda da existência e potenciais catalizadores de saltos qualitativos nas dinâmicas complexas do conjunto da vida.

Nascido quase no sertão pernambucano, é filho de um Pai artesão e de uma Mãe camponesa e dona de casa: gigantes de sabedoria, inteligência e humanidade. Foi na juventude trabalhador do campo e depois trabalhador da fábrica. Concluída sua graduação em Licenciatura, realizou o Mestrado na Universidade de Florença (Itália) centro de excelência em humanidades, e concluiu o doutorado tornando-se Ph.D. pela Universidade de Roma LA SAPIENZA (Itália), atualmente a primeira ao mundo em estudos clássicos.