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Publicado originalmente em 1997 e hoje um clássico dos estudos afro-americanos, Cenas da sujeição ganhou versão ampliada nos 25 anos de seu lançamento, confirmando Saidiya Hartman como uma das vozes mais lúcidas, originais e respeitadas no debate sobre o trauma da escravidão e o racismo nos Estados Unidos.
Valendo-se de um amplo conjunto de documentos, entre os quais narrativas de escravizados, diários das plantations, letras de música popular, cartilhas de libertos e casos levados à justiça, Hartman demonstra que, mesmo após a Guerra Civil e a abolição, os elementos fundamentais do período escravista se mantiveram praticamente inalterados no país, chegando até os dias atuais - do que nos dão mostra os seguidos episódios de violência policial que fizeram emergir o movimento Black Lives Matter.
Cenas da sujeição é dividido em duas partes: escravidão e liberdade. Na primeira, "Formações do terror e do gozo", Hartman examina os espetáculos de menestréis e de blackface, as estratégias empregadas pelos escravizados para criar zonas transitórias de liberdade - da desaceleração do trabalho às reuniões secretas - e a violência sexual na escravidão, contestando veementemente a ideia de consentimento na relação das escravizadas com seus senhores.
Na segunda parte, "O sujeito da liberdade", vê-se como os aparatos da escravidão sobreviveram na tessitura da nação após a abolição ter sido formalizada. A liberdade advinda da emancipação, aponta a autora, exigia de ex-escravizados pauperizados uma série de obrigações inalcançáveis para se integrarem à sociedade, enquanto a prática da servidão por dívida compunha um novo sistema de exploração.
A edição ainda conta com apresentação do escritor e professor de Princeton Keeanga-Yamahtta Taylor, que afirma: "Gostamos de discutir as distorções da história nacional como uma amnésia, quando é mais apropriado entender nossa aflição como uma memória seletiva coagulada com omissões destinadas a obscurecer a verdade crua sobre nossa sociedade". Uma frase que ganha relevo ainda maior em tempos de segundo mandato de Donald Trump.
Saidiya Hartman é professora na Universidade Columbia, em Nova York, e autora de diversos livros, entre eles Vidas rebeldes, belos experimentos (Fósforo, 2021), vencedor do National Book Critics Circle Award, e Perder a mãe: uma jornada pela rota atlântica da escravidão (Bazar do Tempo, 2021). Entre outras distinções acadêmicas, foi MacArthur "Genius" Fellow, Guggenheim Fellow e Cullman Fellow e ganhou uma bolsa Fulbright.