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O nascimento da psicanálise teria sido marcado oficialmente pela publicação em 1900 da obra magna de Sigmund Freud (1856-1939), A interpretação dos sonhos. Antes, porém, desse acontecimento que transformaria a nossa visão sobre nós mesmos, desde a conclusão em 1881 do curso de medicina, o jovem Freud teria se dedicado por longos 20 anos à prática clínica com pacientes neuróticos. Ora, quais poderiam ter sido as contribuições dos trabalhos desenvolvidos nesse período para a construção da psicanálise? Não poderiam as ideias psicanalíticas ter emergido ao longo de sua atividade médica? De fato, longe de uma criação ex nihilo, o que viria a ser conhecido como psicanálise teria resultado de uma lenta gestação, que se desenrolaria pela etapa que precede a publicação do livro dos sonhos. Nessa jornada, ao reconhecer as limitações das concepções e métodos da medicina organicista da época na explicação e tratamento eficaz da histeria e de outras perturbações neuróticas, para tentar solucionar os enigmas postos por essas enfermidades, Freud seria levado a mover-se desde seu campo de especialidade, a neuropatologia, em direção aos domínios da psicologia. Ao longo dessa transição é que o autor teria chegado não apenas ao estabelecimento de uma técnica terapêutica inovadora de tratamento de neuroses, mas sobretudo às concepções revolucionárias sobre as propriedades dinâmicas da psique humana, consciente e inconsciente, que explicariam o desencadeamento de patologias psicogênicas. Mas não só. Ao suspeitar que sonhos relatados por pacientes teriam relação com o quadro clínico, paralelamente às investigações iniciais sobre as neuroses, Freud buscaria estabelecer um método para desvelar o seu sentido. O sucesso viria em meados de 1895 com a interpretação de um sonho próprio - emblemático da obra freudiana -, que, ao revelar para o autor os segredos inconscientes dos sonhos, possibilitar-lhe-ia firmar as bases teóricas e técnicas iniciais da psicanálise. Como é dado a todos sonhar, mais do que uma abordagem restrita à terapêutica das neuroses, pode-se dizer, portanto, que desde sua gestação a psicanálise teria sido concebida como uma disciplina cujo objeto de investigação incluiria tanto fenômenos patológicos como fenômenos normais. Este livro busca reconstruir essa história.
Graduado em psicologia pela UEM, mestre em Filosofia e Metodologia das Ciências pela UFSCar, doutor em Filosofia pela Unicamp e pós-doutor pela Universidade de Paris 7. Professor aposentado do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá.