Installieren Sie die genialokal App auf Ihrem Startbildschirm für einen schnellen Zugriff und eine komfortable Nutzung.
Tippen Sie einfach auf Teilen:
Und dann auf "Zum Home-Bildschirm [+]".
Bei genialokal.de kaufen Sie online
bei Ihrer lokalen, inhabergeführten Buchhandlung!
Ao analisar dados sobre as disparidades entre brasileiros brancos e não brancos nas áreas de saúde, educação e assistência social, no final do século XX, fica claro que vastas desigualdades raciais existem no Brasil, contrariando afirmações oficiais, tradicionais no século XX em estudos sobre relações raciais, de que o país seria uma "democracia racial". Em Orfeu e o Poder, Michael G. Hanchard explora as implicações dessa desigualdade racial evidente, destacando as tentativas de ativistas e movimentos afro-brasileiros de mobilizar amplos setores da sociedade por direitos civis em contraposição aos esforços nada desprezíveis das elites brancas para neutralizar tais tentativas. Dentro de uma estrutura neogramsciana, Hanchard mostra como a hegemonia racial no Brasil tem dificultado a identificação étnica e racial entre não brancos, promovendo tanto a discriminação como as falsas premissas de igualdade. Com base em arquivos pessoais e entrevistas com participantes do movimento negro do Rio de Janeiro e de São Paulo, o autor apresenta uma riqueza de evidências empíricas sobre a militância afro-brasileira, comparando sua eficácia com a de seus colegas da África Subsaariana, dos Estados Unidos e do Caribe no período pós-Segunda Guerra Mundial. Ele analisa em detalhes as extremas dificuldades dos ativistas afro-brasileiros de enfrentar, identificar e corrigir padrões racialmente específicos de violação e discriminação. Hanchard argumenta que a luta afro-americana para subverter formas e práticas culturais dominantes corre o risco de ser subsumida pelas contradições que essas formas dominantes produzem. Publicado originalmente em 1996 nos EUA e em 2001 no Brasil, o livro causou controvérsias, às quais o autor responde em um novo prefácio feito especialmente para esta nova edição, e que Paulo César Ramos, pesquisador do Cebrap, contextualiza e comenta em seu Posfácio.
MICHAEL G. HANCHARD Professor do Departamento de Estudos Africanos da Universidade da Pensilvânia, dirige ali o projeto Marginalized Populations. Doutor pela Universidade de Princeton (1991), ocupou cargos de pesquisador visitante no W.E.B. DuBois Research Institute da Universidade Harvard; na Universidade Candido Mendes (RJ); na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar); na Universidade de Cartagena; no Instituto Gramsci (Milão); na Universidade de Gana; na Universidade de Viena; e no Instituto de Estudos Políticos de Paris. Entre suas publicações, destacam-se Racial Politics in Contemporary Brazil (org., Duke, 1999); Party/ Politics: Horizons in Black Political Thought (Oxford, 2006); e, mais recentemente, The Spectre of Race: How Discrimination Haunts Western Democracy (Princeton, 2018), prêmio Ralphe J. Bunche da American Political Science Association em 2019 de melhor livro sobre pluralismo étnico e cultural e um dos Dez Melhores Livros em 2018 pelo Times Educational Supplement, de Londres. É, desde 2021, membro da Academia Americana de Artes e Ciências.