A Misoginia na Ditadura e a Justiça de Transição

O livro "A Misoginia na Ditadura e a Justiça de Transição: Relatos de ex-presas políticas" mergulha na violência de gênero sofrida por mulheres durante a ditadura militar no Brasil. A partir da análise dos relatórios das Comissões Nacional da Verdade e dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, e de questionários aplicados a ex-presas políticas, a obra expõe como a misoginia esteve sistematicamente presente no cárcere, refletindo estereótipos de gênero e servindo como instrumento de dominação estatal. A pesquisa revela que a tortura praticada pelo regime não se limitava à repressão política, mas também buscava anular a identidade e autonomia das mulheres, reafirmando a estrutura patriarcal do poder. O livro propõe uma reflexão urgente sobre a Justiça de Transição e a Lei de Anistia de 1969 que não puniu os torturadores. É um convite à luta pela democracia, memória, verdade, justiça e reparação.

Advogada. Doutora em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), concluído em 2024. Possui também mestrado em Direito pela mesma instituição, concluído em 2016, com bolsa de estudos da CAPES. Sua linha de pesquisa se concentra em Jurisdição, Cidadania e Direitos Humanos, áreas nas quais tem se dedicado ao longo de sua trajetória acadêmica. Sua graduação em Direito foi realizada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 1995.