Sermões: Do Primeiro Domingo do Advento ao Terceiro Domingo depois da Oitava da Epifania

Esta obra reúne uma parte dos Sermões Dominicais (do Primeiro Domingo do Advento ao Terceiro Domingo depois da Oitava da Epifania) de Santo Antônio de Lisboa, santo franciscano e erudito, que viveu entre o século XIII e o século XIV, e que, por meio de seus estudos, suas eloquentes pregações e seu exemplo de vida - na pobreza e no sadio desapego dos bens terrenos - combateu várias heresias da época, como também os desvios morais de muitas autoridades da Igreja. Seus sermões evidenciam sua grande cultura e domínio, não somente da literatura religiosa, mas também dos conhecimentos profanos, tendo forte influência das pregações dos primeiros cristãos, sobretudo do apóstolo Paulo, e dominando a arte de "alcançar a benevolência do ouvinte, a fim de instruir para convencer e comover".

Santo Antônio de Pádua, cujo nome de batismo era Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa, em 1195. Aos quinze anos, entrou no colégio dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, onde teve uma excelente formação. Em 1220, após o martírio de cinco franciscanos que tinham ido evangelizar os mouros no Marrocos, decidiu entrar na Ordem dos Frades Mendicantes de Coimbra, assumindo o nome de Antônio Olivares. A embarcação que o levaria ao Marrocos foi desviada por uma tempestade para a costa italiana. Morou alguns meses em Messina, no convento dos franciscanos, cujo prior o levou consigo a Assis, para o Capítulo geral. Ali Antônio encontrou Francisco de Assis. Foi designado para a província franciscana da Romagna e viveu uma vida eremítica num convento perto de Forli. Incumbido das humildes funções de cozinheiro, frei Antônio viveu na obscuridade até que seus superiores, percebendo seus extraordinários dons de pregador, enviaram-no pela Itália setentrional e pela França a fim de pregar nos lugares onde a heresia dos albigenses era mais forte. Antônio teve finalmente uma morada fixa no convento de Arcella, perto de Pádua. Daí saía para pregar aonde quer que fosse chamado. Morreu em Arcella, em 13 de junho de 1231. "O santo" por antonomásia, como ainda hoje é chamado em Pádua, foi canonizado no Pentecostes de 1232.